quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Clube Da Luta

ANÁLISE CRÍTICA DO FILME CLUBE DA LUTA
SÍNTESE
            Clube da Luta é um drama psicológico, dirigido por David Fincher
e conta a saga de Jack (Edward Norton), um executivo yuppie neurótico que trabalha em uma empresa de automóveis e busca no consumo a satisfação pessoal. Possui uma vida automatizada e valores superficiais, emprego estável, um confortável apartamento, além de se encontrar sozinho e viver apenas para si próprio. Mesmo assim, há seis meses não era capaz de deitar e dormir e ter uma noite tranquila devido a uma insônia. Jack se perdeu dentro de si mesmo, não conseguiu dar significado as suas ideologias insignificantes de busca de bens materiais.  Por isso, começa a frequentar sessões terapêuticas para pessoas com doenças crônicas e não o fazia por caridade, mas para se sentir melhor, porque quando encontramos pessoas com problemas maiores que os nossos somos movidos por um sentimento de superioridade, nos sentimos fortes e confortados por isso.


Quando sabemos que alguém está prestes a morrer prestamos mais atenção no que estes falam, e não nos preocupamos somente em esperar a nossa vez de falar. Jack não se preocupava com ninguém, e quando ele encontrou Marla Singer, uma mulher sensual e excêntrica, viu nela algo semelhante a ele, Marla também não tinha nenhuma doença, entretanto, Jack não viu em Marla a oportunidade de se abrir, ao contrário, viu uma concorrente, uma ameaça ao seu “disfarce”, talvez o medo do desconhecido tenha impedido Jack de ter um relacionamento sincero com Marla.
           O filme também faz uma crítica contundente ao sistema capitalista que vivemos hoje, onde somos avaliados não pelo que somos, mas pelo que temos. Jack se vê manipulado por este “mundinho de sonhos e fantasias superficiais”, como ele mesmo diz: “Essa é a mudança do sistema, o filme continua e ninguém na plateia faz a mínima ideia”. Jack começa a não sentir-se atraído pelo seu trabalho, pela sua vida e passa a viver na plateia, vive escravo do seu instinto de conforto, simplesmente vendo a sua vida passar, sem estímulo, começa a buscar dentro de si a pessoa que ele gostaria de ser e a partir daí, Jack “encontra dentro de si”: Tyler (Brad Pitt); um homem que vive sem medo, sem distrações, um homem que tem a capacidade de deixar o que não importa deslizar de verdade. Não se apega a riqueza.

O problema é que Jack não sabe tirar da sua fraqueza a força necessária para dar a volta por cima. Jack tem as suas qualidades, porém não é autocrítico, não coloca em questão os seus temores e não sabe extrair o negativismo e explorar as suas potencialidades. Se fosse possível peneirar Jack e Tyler e extrair somente suas qualidades, certamente teríamos um líder eficaz. Jack (cauteloso, disciplinado e inteligente), Tayler (perseverante, audacioso e persuasivo) uma combinação perfeita para um bom líder.  Jack não sabe lidar com Tyler, e passa a ser manipulado por sua mente. Tyler e Jack encontram uma nova forma de terapia: dar socos e pontapés em lutas sem finalidade; nada melhor para expelir suas angústias e frustrações. Mas ao passar do tempo, o Clube da Luta vai alcançando patamares mais altos, e mais perigosos. O Clube da luta torna-se o projeto destruição, movido em organização e muitas células.

ASPECTOS SOCIOLÓGICOS E SIMBÓLICOS DO FILME
           Clube da Luta retrata a sociedade contemporânea de uma maneira nada convencional. Ao contrário do que muitos pensam o filme não trata sobre violência extrema e gratuita, nem a banaliza. Clube da Luta é um filme sobre ideologia, com uma crítica bem ácida sobre as relações sociais atuais. A explosão da violência é utilizada como válvula de escape para o recalque provocado pelo intenso consumismo atual e os enlaces de uma convivência burocrática e fútil.
           O filme tem uma mensagem extraordinária, não podemos deixar de extrair e explorar as reflexões impostas pelo enredo. Não duvido de que existe dentro de cada um de nós um “Tyler” escondido, porém não devemos assassiná-lo por completo, podemos assassinar o que não nos convém, porém as qualidades sempre são bem vindas. A melhor forma de superar o egocentrismo é servindo as pessoas, até porque não somos o nosso emprego, nem o dinheiro que temos no banco e muito menos o carro que dirigimos; somos seres humanos que precisamos uns dos outros para encontrar sentido para nossa vida.  As pessoas que não compreendem o significado de se doar se perdem e se rendem aos “monstros” do seu ser. Não basta querer mudar, é preciso escolher mudar.Jack não consegue, entretanto, se livrar de sua insônia (causada pela falta de perspectiva) quando repentinamente entra em sua vida Tyler Durden (fica evidente que Jack e Tyler são a mesma pessoa), um carismático vendedor de sabonetes com uma filosofia de vida distorcida.  Tyler faz seus sabonetes utilizando gordura humana que ele pega de clínicas de lipoaspiração e os vende a lojas da alta sociedade americana, ironizando a sociedade de consumo que se limpa com as “sobras” do próprio corpo. Ele acredita que a autodestruição é o que faz realmente a vida valer a pena.
          “A sociedade se auto-realiza no seu conforto; encontra sua alma em seus automóveis, seus conjuntos estereofônicos, suas casas, suas cozinhas equipadas”. Essa é a crítica que o diretor faz, muito bem representada no filme. "Fomos criados pela televisão para acreditar que um dia, seríamos ricos, estrelas de cinema e do rock. Mas não seremos. E estamos aos poucos aprendendo isso". Neste argumento do personagem Tyler, vemos claramente o inconformismo, a angústia e o medo do homem ao "cair na real", e perceber que sua vida é muito mais do que as regras que ele e o sistema estabeleceram para viver. 


A modernidade parece ser constituída por suas máquinas, das quais os homens e mulheres modernos não passam de reproduções mecânicas. A anarquia do Clube da Luta é uma espécie de vanguarda e propunha estar fora dessa sociedade consumista para analisá-la e depois destruí-la.
         "A propaganda nos faz correr atrás de coisas, trabalhos que odiamos, para acabar comprando o que não precisamos". São essas e outras características que se deve enxergar em Clube da Luta: um filme que justifica todas as acusações da influência negativa que os filmes de Hollywood têm na socie
dade - e que a própria sociedade têm sobre a sociedade. E não existe nada mais inusitado e engraçado do que colocar Brad Pitt como o personagem anti-hollywood e Edward Norton como um cara alienado e com cara de bobo.
                                            

ÁGUA, SABÃO E VINAGRE 
            Além das críticas à sociedade de consumo e a alienação, as linhas de diálogo do filme estão repletas de tiradas místicas e simbolismos religiosos e até alquímicos. A água (sempre associada ao simbolismo da limpeza e renovação) inunda o casarão de Tyler que cai em pedaços. “toda vez que chovia tínhamos que cortar a energia. No final do primeiro mês não sentia mais a falta da TV. Nem me importava com a geladeira quebrada”, fala em off Jack com a imagem de Tyler cortando a energia dentro de um porão inundado. O simbolismo da renovação da água associado ao processo de progressivo desprendimento dos bens materiais.
        O sabão fabricado e comercializado por Tyler tem um simbolismo especial e irônico associado, mais uma vez, ao banho e água. O sabonete (fabricado à base de gordura humana que ele rouba do lixo das clínicas de lipoaspiração), vendido nas lojas de grife norte-americanas, demonstra a ilusão da assepsia na sociedade de consumo: um sabonete feito a partir de sobras do corpo humano, isto é, a partir da obesidade provocada pelo próprio consumismo compulsivo.
           Em outro momento a água é substituída por um pó químico, que provoca forte queimadura, jogado na mão de Jack por Tyler, num profundo significado simbólico de iniciação e de conscientização forçada pela dor. O antídoto não é água, mas vinagre.
           O vinagre possui um simbolismo que se encaixa nesse diálogo que é um verdadeiro ritual de iniciação que Tyler impõe ao Narrador. Para o Cristianismo o vinagre é o símbolo da paixão de Cristo e para a Alquimia é a consciência. 
         Consciência que Tyler quer criar com a própria dor da queimadura. Tyler impede que Jack desloque sua consciência para tentar fugir da dor através das técnicas de meditação dos grupos de auto-ajuda. “Aquilo é iluminação precoce”, critica Tyler. A iluminação deve vir da dor, do confronto do próprio corpo com um mundo abandonado por Deus. Aqui o vinagre é a consciência da dor de perder tudo para se sentir livre. 


Análise e compreensão psicológica e Filosófica

            Já sentiu aquele tédio num domingo a tarde onde você se pergunta “O que faço agora? Não tem nada de bom pra fazer”. Agora imagine fazer-se esse pergunta em todos os dias da semana. É exatamente assim que Jack vive em um insuportável tédio e uma necessidade imensa de encontrar um propósito em sua vida que o faça enxergar e sentir que viver vale apena, e que ele pode sim, fazer algo importante e que tenha sua graça e relevância.
            Todos os seres humanos, de uma forma ou de outra, precisam de um propósito em suas vidas. Essa questão pode ser muito bem encarada quando chegar a um certo momento de nossas vidas, e nos perguntamos “Por que eu estou aqui?” ou então “por que estou vivo?” e “qual o meu propósito?” Boa parte da população mundial esta sendo acometida por esta pergunta todos os dias, e em todos os dias pouquíssimas pessoas conseguem chegar a uma resposta ideal. Alguns morrem sem ao menos ter encontrado essa resposta...
            Entretanto. Jack, assim como a maior porcentagem da população mundial, tenta de forma desesperada e destrutiva suprir esta necessidade universal através da prática do consumismo, um erro tão grande, que podemos comprar tudo o que o dinheiro pode nos ofertar, mas também podemos vender nossa felicidade ao preço mais baixo possível. A princípio do consumismo se resume a está frase: “Objetos caros e práticos são tudo aquilo que precisamos para suprir e dar fim as nossas necessidades, até mesmo, as necessidades emocionais” (Um grande erro). Isso altamente perceptível quando Jack descreve o que compra para ter uma suposta vida ideal, perfeita e com os objetos e aparelhos mais belos e de ultima geração. Mas, as insônias e transtornos psíquicos ainda continuam o atormentando.

Depois de encarar seus problemas com insônia, Jack tanta ir ao médico para pedir medicamentos para poder dormir com tranquilidade, mas médico recusa dar-lhe esses remédios, tendo em vista que, de fato, muitas drogas para insônia ou antidepressivos devem ser apenas atores coadjuvantes em um tratamento psíquico ou emocional. Não que eles não ajudem, porém, uma parte da mente chamada EU (vontade consciente de tomar decisões) é que realmente deve agir para tratar os problemas. Assim sendo, o médico o receita ir a grupos de ajuda social que usa de tratamentos em grupo para ajudar os doentes anônimos. Jack vai então até eles, e de alguma forma, tenta encontrar conforto no sofrimento alheio. Jack tenta tornar-se útil para as outras pessoas e para si mesmo. Com um certo tempo, ele até consegue, porém... Procurar ajuda e aprender com o sofrimento de outros, pode ser uma forma de encontrar a si mesmo e encontrar a fonte de seus maiores temores. Mas viciar-se no ato de mentir para assim fazer-se útil, é o mesmo que mentir para si mesmo e enganar as lágrimas de outros.
Sigmund Freud diria q este é um exemplo muito prático de seu tratamento chamado CURA PELA FALA. Um tratamento que muitos utilizamos sem mesmo precisarmos ser psicólogos formados. A ideia de a cura pela fala se dá desta forma: Falar de suas dores mais profundas, pronunciar-se sobre seus temores mais intensos e suas tristezas mais aterradoras, são a melhor forma de se curar. Resumindo em uma frase: “A melhor maneira de nos ajudar, é permitir que os outros nos guiem.” (Sigmund Freud). Quantas e quantas vezes você não precisou de alguém para contar seus maiores medos, falar de suas raivas, de suas dúvidas, de seus grandes erros e arrependimentos e logo em seguida sentiu-se aliviado em ter contado para alguém? Pois esta é a cura pela fala.

“A dor do isolamento só existe no isolamento,
Uma vez compartilhada se evapora.”.
(Sigmund Freud)


    Não obstante, um descontentamento ao decorrer do filme acontece para Jack. Quando a personagem Marla Singer aparece e arruína com o seu tratamento calmo e agradável. Pois Jack não suportava ver outra pessoa como ele ali por perto, já que ele acreditava que havia espaço apenas para UM “falso Doente” ali. Em seguida, Marla se revela uma pessoa altamente depressiva e suicida, mais especificamente, uma suicida negativista passiva. Uma suicida passiva é aquele que tenta desfazer-se de sua vida da maneira mais indolor possível, mas que não tem toda a certeza e confiança para se matar, por isso, usa dos métodos mais ineficazes ou duvidosos para suicidar-se. O que enfatiza o ato de uma suicida passiva,é na cena quem que Marla tenta se matar tomando vários remédios de uma só vez, esse tipo de tentativa de suicídio pode ser muito ineficaz, pois muitos dos remédios podem sim enfraquecer o corpo, entretanto, pode não ser o suficiente para matar um individuo, por isso, este foi uma tentativa passiva.
Logo, Marla e Jack fazem um acordo para que cada um tenha seus dias e seus horários nos tratamentos, para que cada um possa aproveitar o tratamentos longe do outro. Porém, Jack deixa de ir aos locais e começa viajar de avião para vários lugares a procura de si mesmo ou algo interessante. Émile Durkheim, que foi um grande sociólogo, tinha uma teoria sobre fatos sociais onde diz que temos que tratar os fatos sociais como “coisas” e não deixar que nosso lado emocional e nem nossas opções pessoais, afetassem nossos julgamentos. Jack fez algo muito semelhante, entretanto, tratou a fonte dos fatos sociais como “coisas” ou seja, os seres humanos agora eram meros “amigos descartáveis.” Cada pessoa, contava uma história pessoal, como se tudo aquilo realmente importasse, mas era apenas para suprir o tédio.
Finalmente, em uma dessas viagens, Jack encontra Tyler (Brad Pitt) e esse “amigo descartável” demonstra ser único e inigualável, pois ele despreza o consumismo e age da maneira que Tyler tanto queria agir. Depois da breve conversa, Tyler se fixa na mente de Jack de uma maneira muito privilegiada, mas quando ele chega a seu apartamento, encontra tudo destruído de uma maneira muito misteriosa.  Essa cena abre a brecha para que Jack vá à procura de Tyler e ele lhe conceda o favor de aceitar seu novo “amigo” como seu novo inquilino. Entretanto, Tyler pede a Jack para soca-lo e dos dois começam uma briga para aliviar suas tensões e temores. Ao longo do filme, se forma o grande e poderoso, Clube Da Luta. E mais pessoas adentram a prática de socar, chutar e bater uns nos outros, para assim, se divertirem e extravasarem. Essa prática funciona como um tratamento, que Jack sempre esteve à procura. Um tratamento que realmente tivesse um efeito sublime e eficiente.

Creio, com toda humildade, que eu possa ter descoberto um novo tipo de tratamento em que todos nós praticamos de alguma forma. Porém, ela é muito patrocinada pela pelas mídias. Chamo de Tratamento por Violência. Este tratamento consiste em botar um lado oculto e agressivo do inconsciente humano para fora, para assim aliviar suas tensões emocionais através de práticas violentas.
O grande psicólogo Carl Jung, diria que, este lado oculto seria o que ele chama de “Lado OBSCURO.” Lado este que todos nós temos que é capaz de dominar o ser ético e correto que tentamos ser. O Lado Obscuro é a parte da nossa mente inconsciente que possuí todos os sentimentos negativos e agressivos, que se localiza no lado direito do cérebro (Lado que possui os sentimentos mais fortes como raiva, ódio, desdém, desprezo e etc.) é um lado que precisa se expressar, tendo em vista que, o lado direito de cérebro é um lado não verbal, ou seja, não se expressa por palavras, mas por atos.

Augusto Cury, com sua fascinante teoria das janelas da memória, nos diria que, este tratamento abre as janelas Killer. (Janela da memória que libera sentimentos e atos violentos e agressivos e emoções que refletem intolerância e matam a alma.) O ato de abrir está janela esfacela e arranca a verdadeira paz que um ser humano necessita. Afoga as emoções e sufoca nossas alegrias. O fato que este tratamento é altamente promovido por nossa sociedade capitalista, mas de uma forma digital. Como assim? Tente trazer lembranças a sua mente no decorrer do que será descrito e entenderá.
            A maneira digital do tratamento ocorre devido a influência dos jogos vídeo games, filmes que envolvem atos violentos, e musicas que trazem para o inconsciente sentimentos negativos. Tudo isso se fixa de maneira privilegiada na parte mais oculta de nossas mentes, e assim, ficamos com uma pré-disposição a ser violentos. Todavia, em quanto o tratamento ocorre de maneira passiva, ou seja, somente pelos videogames e outras mídias que não provoquem atos físicos a sociedade em quanta humanidade, estaremos seguros. Mas quando a influência do tratamento se torna mais intensa, o “lado obscuro” abre cada vez mais janelas killer e assume o controle do lado consciente e nos tornamos aquilo que não somos, mas que no fundo queremos ser.

   Por fim, descobre-se que Jack e Tyler habitam no mesmo corpo. Tyler é um Alter-ego que Jack criou, para que ele fosse e pudesse fazer tudo àquilo que não podia, ser devido seus princípios de cidadão “certinho” e acomodado. A relação de Jack e Tyler também pode ser encarada como dupla personalidade. Isso ocorre devido o lado direito do cérebro que é não verbal e carrega com sigo os sentimentos, desejos e atitudes negativas sem que o lado esquerdo que é verbal e ético tenha consciência dessas vontades mais violentas, que logo, se personificam com o lado obscuro vindo, até o lado de fora e com a ajuda das janelas killer, acaba dominando o lado esquerdo que deveria ser consciente de tudo, mas que se desliga e dá espaço para que a outra personalidade assuma.
Ao final do filme, Jack consegue desfazer-se de Tyler acertando-o com um tiro na parte do cérebro em que seu altere ego se localizava. Porém, o filme não tem exatamente um final, pois tudo o que ocorreu anteriormente, terá continuidade, já que todos os atos que cometemos, sejam eles conscientes ou inconscientes, instintivos ou não, sempre vão ter suas consequências, seus pesares e seus riscos. Por tanto... O melhor que podemos fazer é construirmos em nossas mentes uma consciência critica, que pode sempre duvidar, criticar e determinar o que fazer sobre determinado ato, assunto ou situação, para jamais deixamos que tudo aquilo que pode nos influenciar nos domine e construa um lado seu que nunca deveria existir. Pois quando agimos de uma forma que o nosso EU não deveria aceitar, ferimos quem mais amamos, quem mais nos respeita, aqueles que nunca nos fizeram mal e por fim, destruímos aqueles que um dia fomos e tínhamos orgulho de ser.

Aquele que não critica seus princípios
Não renova suas crenças
E se deixar destruir pelas piores influências.

 (Mayke C Cardoso)






terça-feira, 4 de junho de 2013

ANÁLISE SOBRE JOGOS VORAZES

        SINOPSE DO FILME
           Segundo o filme, os Estados Unidos da América no futuro foi atingido por um período de guerras que mudou radicalmente o país. Após a reestruturação, a nação passou a se chamar Panem e fora divido em uma área da capital e em 13 distritos. Em um determinado momento, os distritos se rebelaram em relação ao comando da capital e iniciaram uma guerra que resultou na derrota dos distritos e na supressão do distrito de número 13. Após esse fato, a capital instituiu uma competição chamada Jogos Vorazes na qual é sorteado um casal de cada distrito para a competição. 
           Os jovens sorteados, considerados praticamente como escravos, passam a ser chamados de tributos e devem competir em um local definido pela capital totalitária, matando os outros participantes até que somente sobre um competidor. Todos os habitantes quando atingem a idade de 12 anos tem os nomes incluídos no sorteio, para garantirem o direito de concessão de grãos anuais. 
           O filme se concentra na entrada de Katniss Everdeen nos Jogos Vorazes. Ela tem 16 anos e vive no distrito 12, uma região produtora de carvão, onde o pai dela morreu em uma explosão. Sua mãe passou a viver desesperançada e nesse momento
Assumiu a responsabilidade de conseguir sustentar sua mãe e sua irmã mais nova. Katniss caça na floresta selvagem do distrito, o que é terminantemente proibido pela capital, junto de Gale, um companheiro de caçada de anos. A caça é vendida clandestinamente e muitos fazem vista grossa por que são consumidores do que ela consegue na floresta, incluindo o prefeito e o policiamento do local chamado de “pacificadores”. 
           Ela incluiu seu nome no sorteio varias vezes para a obtenção dos grãos para sustentar sua família. Durante o sorteio, para seu desespero, o nome de sua irmã fora sorteado. Para evitar que ela fosse aos Jogos Vorazes, Katniss se ofereceu como voluntária, o que é permitido pelas regras e junto com Peeta Mellark é enviada para a capital, participar da competição.
        Os jogos vorazes são televisionados, como uma espécie de reality show futurista. Os tributos são apresentados em um desfile pirotécnico, fazem entrevistas e são preparados para a competição. Inclusive durante a mesma é possível a oferta de “presentes” aos participantes, através de “patrocinadores”.


ASPECTOS HISTÓRICO-SOCIOLÓGICOS DO FILME
       Verificou-se na produção do filme várias referências com o Império Romano, tanto no aspecto político, quanto no ideológico e social. Aliás, é muito comum hoje marcas e grifes possuírem o nome de vários mitos arcaicos, no entanto, diferentes dos povos antigos hoje servem para gerar distração e não mais horror e compaixão como no passado. Isso é uma forma para cultivar e instigar o imaginário popular. Por exemplo, a personagem Ketniss 
apresenta várias semelhanças com a deusa grega Arthêmis. Ambas são mulheres fortes, independentes, que manejam bem o arco e a flecha.  Também não lidam bem com sexo oposto: da mesma forma que Arthêmis atacou Acteon quando ele a admirava no banho. Katniss atacou Peeta quando ele confessou o seu amor. 

       Assim como os romanos, Panem traz várias relações com o Império – desde os nomes de personagens que foram imperadores como César (apresentador) e Claudius (comentarista), além de Cinna (estilista que pegou emprestado o nome de um famoso poeta romano da liberdade), traz também o hábito dos tributos – aqui eu relaciono com os gladiadores - desfilarem em carros puxados a cavalo. O mais importante, porém, é a semelhança dos Jogos Vorazes com os jogos circenses romanos, pois neles também o povo se reunia para ver centenas de gladiadores e outros escravos lutarem até a morte em uma arena com perigos manipulados para tornarem tudo mais interessante.
         O triângulo amoroso da trama representa uma alegoria que enfrentamos cotidianamente em nossos dilemas. Para Katniss, Peeta significa a esperança e a paz. Mantém-se contrário à violência por toda a história e seus pães significam a esperança de um futuro melhor. Gale representa a revolta e o instinto de sobrevivência contra a capital desde o início, e compara a caça aos animais com a caçada aos humanos nos Jogos Vorazes. A incerteza de Katniss entre Gale e Peeta traduz sua indecisão moral, assim como nós, ora optamos por pela revolta e a ação, ora buscamos incessantemente a paz. 
       A Capital, dominada por uma elite de políticos e empresários que formam 1 % da população - exige que cada um dos doze distritos do país, pobres e espoliados, envie anualmente, como tributo, um menino e uma menina de 12 a 18 anos para lutar até morrer em uma competição cívica (da mesma forma que o rei Minos mandava sete casais de jovens anualmente para o labirinto do Minotauro). Trata-se de um reality-show dentro de uma floresta supercontrolada e manipulada ao bel prazer dos organizadores e o desejo do público. Aqui eu noto sociologicamente, semelhanças com as novelas da Globo e controle ideológico que a classe dominante detém para programar por quem devemos nos interessar.
       O nome Panem é derivado da expressão latina “panen et circenses”, que significa “pão e circo”. A frase era usada nos tempos antigos de Roma, quando os imperadores se usavam dos jogos do Coliseu para distrair a atenção do povo dos assuntos mais importantes, como a política e a fome. Ou seja, Entretenimento em troca da atenção pública desviada. O perfil dos tais habitantes da cidade é extravagante, indelicado, soberbo. Nos tempos romanos, os valores dos que admiravam e estimulavam o chamado “esporte sangrento” nas arenas eram tão excêntricos quanto os apresentados por Suzanne Collins. Os senadores sentavam-se muito próximos dos combatentes e podiam certamente sentir o calor do combate.

   OS JOGOS VORAZES E O BIG BROTHER
          Honestamente eu não li a trilogia, por carência de paciência. Mas, 'Jogos Vorazes' é basicamente um reality show, com um certo clima de campo de concentração. Algumas partes remetem a disputa para ganhar ‘1 milhão' de reais, além de visuais sinistros que se assemelham fortemente os famosos clips de Lady Gaga. 
       O objetivo é matar 23 participantes e deixar um sobrevivente como prova da caridade humana diante de pessoas que não merecem esse benefício. São 74 anos de mortes sem quaisquer questionamentos. Para cada dupla há um tutor, alguém que possa dar-lhes instruções suficientes para que sobrevivam, em função de sua valorosa experiência como ex-competidor. 
        O “Pedro Bial” dos Jogos é um indivíduo que tem o carisma do Silvio Santos com o visual do Drácula e risadas estridentes como a da finada Hebe Camargo, além é claro falastrão como o Fausto Silva. É mole!  

Análise  Psico-Filosófica
Nicolau Maquiavel um dos grandes filosos da Época do Renascimento escreveu uma das maiores obras que pode-se referir a politica, chamada O Princípe, que até os dias de hoje é lido, relido e muito aplicado, mas que também é motivo de muitas criticas, começando pela frase "os fins justificam os meios."
Aqui tentarei encaixar um pouco da filosofia politica e realista de Maquiavel com o filme. Logo no inicio vemos um distrito repleto de medo, voltado de um clima sombrio muito visível mesmo a luz do dia, como se algo domina-se aquela população através do medo. Logo em seguida vemos a personagem Ketnes a caça de um servo  para vender a uns "pacificadores", mas alguns minutos depois, vemos uma nave passando por cima da floresta dando a tender que parece existir dois mundos diferentes e nesse onde ela se encontra  é totalmente diferente do que esta longe dali. Vemos depois uma classe dominadora sobre uma classe pobre e bem menos desenvolvida.

Cenas depois encontra-se muitos outros personagens em volta para uma seleção para uma disputa em um combate de vida ou morte, deverá restar apenas um para ser declarado vencedor. Mas antes  de seleção encontramos um video que é exibido para aquela população, descrevendo uma revolta provocada por 13 distritos que se rebelaram contra uma nação que parece ser controladora, corrupta e injusta, mas que se vangloreia do que é. E logo em seguida diz que venceu a revolta e reestabeleceu a"paz", mas como diz o próprio video: "a liberdade tem seu preço." Diante disso descreve-se que cada distrito desta cidade deve oferecer uma garota e um garoto como tributos como prova de honra, coragem e "sacrifício", e o vitorioso serviria como prova da clemência que estado tem para com aquela população garantindo a paz e o que eles chamam de ordem.
Diante de tais cenas e ficção que não esta tão longe da realidade, Maquiavel via esse ato como um controle inteligente e absoluto de uma nação, pois para o filosofo não importa se você tinha que derrubar um prédio cheio de crianças para manter a ordem do estado, por que é o estado que importa e os sacrifícios para que ele seja assegurado devem ser feitos sem nenhuma hesitação. Como a população daquele distrito havia se revoltado contra o poder do governo nada melhor do que tomar uma atitude que imponha o medo sobre eles, assim, controle seria absoluto. Como Maquiavel disse:

  "...os homens ou precisam ser adulados ou esmagados, pois se vingarão dos pequenos erros e não dos graves. O dano que causar a um homem deve ser tal que não preciseis temer sua vingança."

A disputa dos jogos vorazes lembra muito a politica do Pão e Circo que fora implementado a séculos atrás por governantes que queria dar entretenimento desde as camadas mais pobres até as mais ricas e que diante do espetáculo a ser oferecido pelo governo, elas esquecessem de seus problemas, e nesse filme lembra-se muito dos combates feitos em Roma dentro do Coliseu. Entretanto, vemos apenas camada pobre sendo alvo desse ação em detrenimento da diversão da camada rica e servindo ao capitalismo, que tende a ser a critica social que vemos em Jogos Vorazes. A crueldade bem aplicada ou mal aplicada do estado sobre a população dos distritos para Maquiavel: "devem ser feitas todas de uma vez, pois, dessa forma, elas serão menos sentidas. Os benefícios, por outro lado, devem ser concedidos um de cada vez, pois assim serão melhor apreciados." 
Entende-se que se os jogos vorazes podem ser uma atração cruel, ruim ou bom e benéfico, não importa, o que interessa é que atenda as necessidades do governo, ou seja, pode trazer sofrimento a certas populações, mas contribuem para a ordem e evolução comercial do estado, tendo em vista que os Jogos trazem muitas coisas boas em relação a economia do estado. Assim sendo, não importa se os jogos vorazes são bons ou ruins, o que importa de verdade é que eles trazem lucro, evolução econômica, paz e ordem ao estado. Ao longo do filme vemos cenas de treinamento, de apresentação, entrevista e apologia aos participantes em busca de patrocínios e lucros, sendo que nada desses lucros vai para os distritos e muito menos para os participantes, o que faz juz a esta pequena análise de lucro aos governantes.
Uma hora depois de apologias aos personagens, encontramo-nos diante da luta dos personagens para a sobrevivencia e vitória deles. Não a muito o que se descrever, tendo em vista que o filme se baseia nesse momento mais na ação e um pouco de româtismo entre Ketheny e Peeta. Portanto, irei apenas comparar de modo psicológico as ações de governantes do estado de Jogos Vorazes com as ações do maior tirano da história: Hitler.
Podemos dizer que Hitler é um dos maiores seguidores da filosófica politica de Maquiavel, pois ele aceitava o medo, a crueldade e a força do mais forte sobre o mais fraco como coisas sagradas para ter um estado, um país e uma nação bem estruturada, porém, as idéias neuróticas dele formaram um grande psicopata. Hitler no princípio foi um artista plástico e depois tornou-se tirano, o que levou a ele a ser um tirano foi sua rejeição para tornar-se um artista. Então sua politíca e sua força foram baseadas na sua vingança pessoal e foi isso que acarretou sua Ascenção ao poder. Mas não creio que a politica de Maquiavel fosse tive-se que ser combinada a uma vingança neurótica e pessoal, pois a vingança apenas trás uma ideia absurda e ilusória satisfação à aquele que se vinga e não para aqueles que o ajudam na sua vingança.
Adolf por mais que tenha reerguido um país aproveitando-se da sede de vingança que  aquela população sentia e que ele próprio tinha ainda sim caiu no fracasso. Hitler reerguel o país para que ele caí-se novamente,  pelo fato de ter colocado como meta a vingança e não o bem estar de sua população e estado. Essas ideias são totalmente ligadas as do filme, pois o que o governo de jogos Vorazes faz com os detritos também é se basear no desejo de vingança sobre aqueles que outrora foram revoltosos. Portanto, eles se vem no direito de escraviza-los e brincar da maneira que quiserem com essa população  já que a vingança tem um poder sem precedentes capaz de impor um medo terrível que pode torturar milhões de pessoas.
Sobre questão de tortura, podemos dizer que a disputa do filme  também é uma, pois ele faz com que pessoas que nem se conhecem, que também são amigos lutem entre si até a morte. Aguns se dão conta de que todos sofrem como eles sofrem, que eles se preocupam como os outros também, que sentem dor como todos, enfim... Ketnes é a prova disso, e respeita a vida de cada um e foge da luta logo no inicio. Os Nazistas faziam algo muito semelhante quando se tratava de tortura, já que eles traziam muitos Judeus para experimentos doentios em nome de uma ciência de guerra doentia. Torturas desde colocar um homem dentro de uma banheira cheia de gelo para ver quanto tempo ele aguenta até costurar duas irmãs gemeas idênticas que antes foram cortadas ao meio, para ver se elas sobrevivem.

Hitler não compreendia que cada ser humano tinha um valor único e incomensurável, que não deveria ser destruída da maneira que ele fazia, Ele não tinha a capacidade de digerir, duvidar, criticar e desfazer suas emoções ruins geradas pelas Janelas que se formaram em sua memória. (A descrição das Janelas da  memória é encontrada na análise do filme Laranja Mecânica)

Chegando ao final desta análise, podemos compreender que jogos Vorazes em sua essência tem sim um grande poder de critica a certas sociedades capitalistas e atitudes desumanas em nome do bem estar de um estado e de uma politica, dependendo da compreensão de quem o assiste. É complicado falarmos ou discutirmos sobre politica, dizem que é algo para não se discutir, mas se não discutirmos como poderemos compreender e entender aqueles que tem poder sobre nós? portanto, deixemos de ser coitadistas ou conformistas e vamos passar a visualizar e enxergar mais o que se refere a controle politico, pois o nosso corpo pode ser controlado por poderes superiores, mas nossa mente deve estar sempre na liberdade do jardim da compreensão das nossas ideias e emoções.


JOGOS VORAZES E A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO
Opinião pessoal
(Por: 
Márcio Araújo)
         Embora tendo fortes semelhanças com a produção juvenil “Crepúsculo”, pois é derivado de uma suposta saga que vira produção cinematográfica,  o velho esquema do livro que dá início à trilogias ou tetralogias, rostos bonitinhos para agradar o público teen, namoricos açucarados e etc...O filme Jogos Vorazes, aborda mesmo de forma comercial, várias situações que exigem razoáveis reflexões sobre a moral, a amizade, a competição, a família, o Estado, a exploração, a sobrevivência, os reality shows, o interesse, o capitalismo, a alienação, a dominação e os valores.  
         Percebemos que vários romances escritos hoje se assemelham a roteiros de cinema, típicos da indústria cultural, pois é infalível a fórmula lucrativa de mais tarde o sucesso do livro que se converte em filme se tornarem brinquedos, roupas estilizadas, álbum de figurinhas, broches e finalidades de vida. O sistema escancaradamente padroniza o público para um consumo artificial, já que a emoção é codificada de acordo com as necessidades monetárias. 
         Vivemos na era do “apareço, logo existo”. Nos conformamos com uma realidade que se tornou natural, pois de forma sutil nos aliena. Temos o hábito de não encontrar aspectos negativos naquilo que nos agrada, pois a arte está sendo produzida para o entretenimento e para a diversão espetacularizada. Percebi ao assistir esta produção com alguns alunos em sala de aula que crianças e adolescentes são vítimas diretas da telealienação que influencia a constituição do seu caráter e de sua personalidade, e pior do que isso, estamos fazendo do supérfluo e da banalização verdadeiras necessidades vitais.
           Para complementar o trabalho meticuloso de destruição da consciência crítica da maior parte da juventude atual, foi incentivada a criação de uma demanda crescente de estereótipos considerados referências programadas para o público. Não me conformo que um jovem anule a sua preciosa identidade para querer ser o Neymar, assim como artistas são construídos de acordo com o destrutivo mercado descartável, fortalecendo ainda mais o condicionamento de uma convivência social volúvel e tendenciosa. Somos a imagem daquilo que escolhemos. Escolhas devem ser encaradas com seriedade. Creio que devemos conhecer mais para que essas escolhas satisfaçam a alma. Não estamos agindo como seres pensantes e sim conformados como seres pensados pelos outros.

domingo, 28 de abril de 2013

ANÁLISE DO FILME MATRIX (1999)




SINOPSE DO FILME
         Dirigido por Lana Wachowski e Andy Wachowski, Matrix é um filme de ação e ficção científica e tem como protagonistas Keanu Reeves, Laurence Fishburne, Carrie-Anne Moss.  Em um futuro próximo, Thomas Anderson (Keanu Reeves), um jovem aparentemente comum, não fosse a sua incomparável habilidade mental, é atormentado por estranhos pesadelos nos quais encontra-se conectado por cabos e contra sua vontade, em um imenso sistema de computadores do futuro.  
         Anderson é um programador de sistemas que durante o dia, trabalha num corporação de software, a MetaCortex, uma das maiores empresas de software do mundo; e durante a noite, assume o papel de um hacker, adotando o nickname Neo. Até que, certo dia, a vida de Thomas Anderson é metamorfoseada no bom estilo kafkiano (em seu conto clássico, Franz Kafka nos diz, logo nas primeiras linhas: “Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama transformado num inseto monstruoso”).
Mas Neo não é Gregor Samsa da Obra A Metamorfose de Kafka. Sua metamorfose será de outro tipo (sair do artificialismo que a mente e o corpo humano estão mergulhados). O que ele recebe pela manhã, na tela de seu computador, é uma exortação: “Acorde, Neo... A Matrix te achou. Siga o coelho branco”. Esta é a primeira (e significativa) mensagem do filme Matrix.  Na verdade, trata-se de uma convocação misteriosa de um grupo clandestino, liderado por Morpheus (Laurence Fishburne). 
A partir do momento que os sonhos se repetem constantemente, Anderson começa a ter dúvidas sobre a realidade. Por meio do encontro com os misteriosos Morpheus  e Trinity (Carrie-Anne Moss), Thomas descobre que é, assim como outras pessoas, vítima da Matrix, um sistema inteligente e artificial que manipula a mente das pessoas, criando a ilusão de um mundo real enquanto usa os cérebros e corpos dos indivíduos para produzir energia. 
        Morpheus, entretanto, está convencido de que Thomas Anderson é Neo, o aguardado messias capaz de enfrentar a Matrix e conduzir as pessoas de volta à realidade e à liberdade. Logo na cena de abertura do filme temos agentes federais perseguindo Trinity, membro do grupo terrorista. De relance, aparece a noticia de que Morpheus está sendo caçado (“A caçada começa...”).
É nesta trama misteriosa que Thomas Anderson, o pacato empregado, irá se inserir. Sem motivo aparente, ele passa a ser caçado pelos agentes federais. Tenta escapar, mas não consegue. Neo é considerado pelos agentes federais um elo do grupo terrorista de Morpheus. Após ser liberado, é conduzido por Trinity até o esconderijo misterioso de Morpheus. Neste momento, Neo é desafiado a escolher entre a pílula azul e a pílula vermelha.
Esta é sua primeira (e decisiva) escolha, ou seja, ele terá que escolher entre permanecer como está (imerso na “stupid little life”, como diria Lester Burhan, personagem central de Beleza Americana, de Sam Mendes), ou conhecer a verdade do Real.
Imbuído de aguda curiosidade, Neo escolhe a pílula vermelha, que o conduz a uma outra dimensão da sua vida pessoal. Ao escolher a pílula vermelha, Neo renasce, literalmente.
         A partir daí, Neo “conhece” a Matrix e o significado da luta do grupo de Morpheus. Torna-se membro da resistência humana, atuando na Matrix a partir de sua base submarina, o Nabucodonosor. Desde a escolha da pílula vermelha, a trama do filme dos Irmãos Wachowski se desenrola em fases delimitadas: o (re)nascimento de Neo, o descobrimento da Verdade, seu treinamento, a ida ao Oráculo; a traição e armadilha de Cypher, a captura de Morpheus, seu resgate por Neo e Trinity, o duelo no Metrô entre Neo e o agente Smith; a fuga de Neo, sua morte e ressurreição e a afirmação de Neo como o Escolhido, aquele que irá redimir a humanidade da dominação das Máquinas, libertando-os da Matrix.

ASPECTOS E REFLEXÕES SOCIOLÓGICAS DO FILME
         Thomas Anderson (Neo) é um homem solitário, oprimido e coisificado pelo condicionamento do trabalho estranhado (teoria marxista). É o que se sugere logo no inicio do filme. Num diálogo com um amigo, Neo observa: “Você já se sentiu como se não soubesse se está acordado ou se está sonhando...?”. E o amigo retruca: “Você precisa sair um pouco, cara”. Mas, movido pela ética do trabalho estranhado, Neo observa: “Não posso. Preciso trabalhar amanhã.” Enfim é parte da engrenagem do sistema, funcionando como um proletário da informação-mercadoria, totalmente desefetivado – no sentido da precarização - em sua capacidade de apreender o sentido do real.

 Karl Marx e a Matrix
         Para Karl Marx, filósofo e pensador alemão, a propriedade privada nos tornou tão ignorantes e especializados que um objeto só é nosso quando o possuímos, ou seja, quando ele existe como capital ou quando é diretamente experimentado, comido, vestido, habitado, etc. em suma, quando é utilizado... Por isso todos os sentidos físicos e espirituais foram substituídos pelo caráter do ter, pura alienação de todos esses sentidos. O ser humano precisou ser reduzido a essa pobreza absoluta para dar à luz sua riqueza interior. Em Matrix, os homens e mulheres estão imersos no trabalho abstrato. De fato, homens e mulheres foram reduzidos àquilo que na ótica do capital é a única coisa que lhe interessa – trabalho abstrato, ou seja, a forma de trabalho caracterizada por ser o mero dispêndio de energia humana, não importando seus atributos concretos (é de Marx a distinção entre trabalho abstrato e trabalho concreto). Enfim, na ótica do sistema do capital, só servimos na medida em que somos fonte de trabalho abstrato, base do valor e da mais-valia (MARX, 1985). É contra tal função social dominadora que se insurgem os “terroristas” de Morpheus. Deste modo, as Máquinas são, em Matrix, a metáfora do Capital como sistema de extração de sobretrabalho, orientado para a acumulação de valor.

Matrix e a moral humana
        Percebe-se que a partir da escolha da pílula vermelha, constata-se a questão ética que definitivamente permeia a moral humana, pois, em Matrix, acompanhamos constantes dilemas, constituídos por uma série de escolhas morais. 
Além da decisão de tomar a pílula vermelha, Neo será obrigado a fazer outras escolhas decisivas, como resgatar ou não Morpheus ou se submeter ou não ao destino. Como diria Lukács, “o homem é um ser que dá respostas”. Matrix é um filme que se sustenta em um sólido alicerce moral.  Matrix, aborda, em última instância, o tema da liberdade humana e da própria dialética liberdade e necessidade. É através deste enfrentamento cotidiano, que Neo adquire a consciência de si, permeado por obstáculos à liberdade pleiteada pelos seres humanos. O que temos em Matrix é a luta do homem contra seus objetos estranhados. As Máquinas Inteligentes em Matrix buscam a sua própria sobrevivência através da dominação sobre os homens, transformados em meras baterias de energia (metáfora suprema do trabalho abstrato, como dizia Marx). É a prefiguração mítica de uma inversão absoluta entre criador e criatura. A criatura domina e vive à custa do criador, criando um novo sistema de dominação. 

MATRIX E A RELIGIÃO
No filme, a Matrix é um mundo dos sonhos gerado por um computador, um gigantesco sistema de realidade virtual que simula o nosso mundo como é hoje e conecta toda a humanidade adormecida, mantida sem consciência de sua própria realidade. Todas as pessoas do planeta (exceto um grupo de rebeldes que habita o subsolo da Terra) foram escravizadas há uma centena de anos, depois de uma sangrenta batalha que foi vencida por máquinas dotadas de inteligência artificial. Os humanos são utilizados como fonte primordial de energia pelas máquinas, impossibilitadas de usarem a energia solar, que não penetra mais na atmosfera. 
        As referências religiosas do Filme Matrix, começam com o nome de batismo de Neo,  Thomas Anderson – que significa ANDER (homem) + SON (filho), ou seja, filho do Homem; e Thomas ou Tomás é o nome do autor do Evangelho fundamental do gnosticismo.As analogias de Matrix com as religiões começam fáceis. Boa parte das pessoas que viram o filme devem ter notado a presença de elementos cristãos na produção. Na mais óbvia delas, Neo morre, ressuscita e ascende aos céus. Jesus Cristo? Morpheus preparou a vinda do Messias. Neo é O Messias, O escolhido, aquele da qual falam as profecias e cuja vinda é preparada por Morpheus, que por sua vez cumpre o papel no filme que na Bíblia é de João Batista. O personagem, cujo nome é o mesmo do deus grego dos sonhos (mais uma simbologia inteligente), aguarda pacientemente a vinda do Messias, que poderá submeter a Matrix às suas próprias regras, reprogramando-a a partir de dentro. Em outras palavras, realizar milagres.
Merecem destaque ainda o fato da primeira Matrix ter sido concebida como um lugar ideal - um paraíso - que foi rejeitado pelos humanos (a história de Adão e Eva) e os nomes Apoc (abreviação de Apocalipse), Zion (Sião, a Terra Prometida para os judeus) e, o mais interessante, Cypher (interpretado por Joe Pantoliano) - cujos atos refletem a traição de Judas na Bíblia. Cypher, que quer dizer "codificador", também espelha a natureza do personagem: alguém que não pode ser decodificado/entendido.

Análise Psico-Filosófica
Imagine prisioneiros que passaram suas vidas inteira são amarrados em um caverna. Foram amarrados de forma que não conseguem olhar para trás, apenas para uma parede a sua frente. Em suas costas uma fogueira, e entre eles a fogueira há um caminho.
Imagine uma variedade de objetos passando diariamente pelo caminho. E evidentemente, que são as pessoas conduzindo suas vidas. Suas formam criam sombras curiosas na parede. Este é o mundo que os prisioneiros jamais conheceram. As sombras e os ecos de objetos que nunca viram!
Agora imagine que um dos prisioneiros é libertado. Depois de algum tempo se adapta a forte luz (o sol/verdade absoluta), o prisioneiro libertado começará a vivenciar o mundo (sensível), pela primeira vez. E não se parece nada  do que ele poderia imaginar. Com uma nova percepção sobre o mundo, o homem evidentemente, quer voltar e compartilhar suas incríveis descobertas com seus antigos amigos.Mas os prisioneiros não conseguem conhecer seu próprio amigo. Ele se parece com todas as coisas. Sua voz é um eco distorcido e seu corpo uma sombra grotesca. Eles não conseguem entender sua fantástica história sobre o mundo fora da caverna.
Para eles isso nunca existirá! Mas evidentemente, não torna o mundo de fora da caverna menos real!

Platão
Esse é a história do Mito da Caverna,que também é  chamado de Alegoria da caverna. Este mito foi criado pelo Filósofo Grego Platão. Usarei este mito para analisar Matrix e seus ideais. 
Também usarei uma teoria de  Autônomo e autômato da psicologia de Dr. Cury, e também usarei minha própria teoria da Escolha.
Antes de começar a comentar o filme,  vamos entender a teoria do mundo das ideias de Platão: O Mundo Sensível e o Mundo Inteligível.
O Mundo Sensível: É aquele que percebemos através dos nossos sentidos. Por meio da audição, olfato, paladar, tato e visão conseguimos ter noção desse mundo.
O mundo inteligível: Aquele que é o reino das ideias puras e perfeitas, um mundo que se percebe através da mente humana.
Para Platão, o Mundo Sensível seria aquele pelo qual sentimos o universo a nossa volta, seja por meio dos nossos sentidos biológicos. Já o mundo Inteligível, por sua vez, seria o mundo das ideias: imutável, supratemporal, puro,intocável.Somente por meio da razão e do pensamento é que seria possível alcança-lo. Discordando um pouco de Platão, acredito que o mundo inteligível não possa ser alcançado somente pela razão, mas também, pela emoção. Quantas vezes você já esteve apaixonado e se sentiu em outro mundo? em outro lugar? uma lugar que vem de dentro para fora? esse é o mundo Inteligível da Emoção. Lembre-se de que as emoções também podem ser inteligentes.
Desse modo, defendia Platão, a realidade que tomamos por concreta e verdadeira nada mais é do que uma representação imperfeita provinda de uma ideia perfeita, essa ultima pertence ao cristalismo e perfeito mundo das ideias.
Teoria Mórfica de Platão
"O corpo é o cárcere da alma"
Por meio dessa teoria Platão defendia que, como percebemos o mundo por meio dos sentidos, o corpo é o que realmente atrapalha nosso espírito no conhecimento das ideias puras.  Pense bem, o corpo pode viver sema mente? e a mente pode viver sem o corpo? Mais tarde responderei a isso.

Passando Agora para o filme, temos o Sr. Thomas Anderson, que depois será chamado de Neo em sua casa atuando como um Hacker e tem uma breve conversa com seu computador, ele abre a porta e fala com seu colega, e irônicamente ele chama Neo de "Jesus" meu Salvador particular. Ao longo do filme ele começa a desconfiar do mundo e da realidade que vive, acredito que alguns que estam lendo isso já possam ter se sentido assim.
Cenas depois, Neo fala ao celular com Morpheus após ter encontrado Trinity, ele é pego pelos Agentes e conversa pela primeira vez com o Vilão Smith. Na conversa Smith fala que o Sr. Anderson (como ele gosta de falar), tem uma vida dupla, em uma é Neo e em outra Thomas Anderson. Agora pense: Quantas vezes você já ágil de uma maneira que não fosse a sua? quantas vezes já pensou "eu não devia ter feito aquilo", "o que foi que me deu?", "parece até que não era EU". Isso se chama Instinto, mas para o Sr. Anderson foi uma questão de "Escolha".Alguns  momentos depois, Smith Insere em Neo uma espécie de verme Tecnológico, movido por Mano-tecnologia (Tecnologia-viva) com um A.I (inteligênia Articial). Mas depois Neo acorda em sua cama, como se tudo não tivesse passado de um mero sonho.


Em seguida, Neo vai ao encontro de Trinity e entra no carro do grupo dela, ele então percebe a que o mundo dos "sonhos"  e o mundo real não são tão diferentes assim, que ambos podem ser um só, pois os dois vem do mesmo lugar. Segundo a Psicanálise os sonhos são a manifestação dos nossos desejos inconscientes. Neo sonhou e desejou sair da sua "realidade."
Na próxima cena Neo tem um diálogo épico com Morpheus. Morpheus explica para Neo sobre Matrix, e que Neo na verdade, esta vivendo em um mundo de sonhos. 


Ele pergunta se Neo acredita em destino, e Neo diz que não, pois não gosta da ideia de não poder ter controle de sua própria vida, a verdade é que ninguém gosta dessa ideia, não é? Morpheus fala no que ele acredita, e diz que ele só acredita no que "vê", mas que também sente que há algo de errado no mundo, ele fala que esse mundo é na verdade Matrix, e que todos somos escravos, mas escravos da mente.
Lembrando um pouco do Mito da Caverna, as pessoas em Matrix e os escravos da caverna são uma comparação a toda humanidade, pois nós não enxergamos a verdadeira realidade, apenas aceitamos o que nos é passado. Mas a partir do momento que o homem reconhece que tudo o que ele considera verdade não é real, ele se liberta. Então, o saber dele se torna racional. No mito, o Sol é comprado a verdade absolsuta, que quando é reconhecido pelo homem, ofusca seus olhos e ele nada enxerga. Assim o homem  se depararia com um mundo totalmente oposto ao subterrâneo em que ele fora criado. Podemos comparar essas ideias ao mundo de Matrix e o mundo real do filme.
Momentos depois Morpheus oferece as clássicas pilulas, a Azul e a vermelha. Tomando a pilula azul seria fim da historia, Neo acordaria em sua casa como se nada tivesse acontecido, tomando a pilula vermelha ele conheceria a verdade. Neo então aceita pilula vermelha fazendo juz a frase de Morpheus, que diz "Não é possível explicar Matrix é preciso vê-la", é como se ele disse-se "Não é possível explicar o que a realidade você precisa enxerga-la por si só".
Quando Neo esta prestes a entrar em Matrix Morpheus lhe diz " E se tivesse um sonho que não conseguisse mais acordar?" Podemos dizer que esse é o momento em que o "escravo" sai da "caverna"
Ao decorrer das cenas Neo percebe que é um escravo desde seu nascimento e que na verdade existe uma outra realidade no qual sempre lhe fora escondido.

Neo: Por que meus olhos Doem?
Morpheus: Por que você nunca os usou!

Você acredita que usa mesmo os seus olhos? você acha que consegue ver a verdade ou é um escravo do que lhes dizem ser "Realidade?"


Depois Morpheus mostra Neo o que é de fato Matrix e realidade, ele lhe mostra o que é a caverna e o mundo fora dela. Neo se vê de forma diferente, já com seu cabelo em tamanho normal, roupas comuns e sem os plugs no corpo, Morpheus lhe diz que esse é a sua "Atuo-Imagem resigual", uma projeção do seu EU digital. Traduzindo melhor a palavras de Morpheus e usando da Psicologia, existem em nossa mente uma parte chamada de EU. Esse EU é a nossa vontade consciente de tomar nossas decisões, é a parte da nossa mente que deve ser autor da nossa própria história. Na Auto imagem Resigual, podemos dizer que suam mente lhe vê de uma maneira inconsciente, mas o seu EU lhe de outra maneira, uma maneira consciente. As vezes nossos olhamos no espelho e apenas vemos nosso corpo como ele é (o inconsciente), Mas em outros dias nos sentimos diferentes, vemos algo que não ora percebido antes e que é algo não fisíco mas mental, aí entra em ação o seu EU, a vontade consciente desvendado o inconsciente.
Neo então faz uma pergunta: "então tudo isso não é real?" E Morpheus lhe responde fazendo outra pergunta: " O que é real para para você?" e depois completa:
-Se o real para você é o que você pode sentir, cheirar, ouvir, provar e ver, então o real são apenas sinais elétricos interpretados pelo seu cérebro.

Nesse momento ele refere-se ao mundo Sensível definido por Platão. Mas Morpheus demonstra que essa realidade é uma mera ilusão, um mundo de sonhos e lhe revela o deserto que existe no mundo que realmente é real. Esse deserto é o caos que que o planeta se tornou. Um mundo vazio de seres humanos e dominado pelas máquinas. Morpheus Explica que tal catástrofe se deu pela criação do A.I (inteligência Artificial) que foi implantado nas máquinas, tornando-as inteligentes e ao mesmo dentro destruidoras. E que agora o mundo é controlado por elas, algo que não esta tão distante de acontecer eu nosso mundo, pois você agora deve perceber o quanto é dependente dessa tecnologia e o quanto ela te escraviza. Se ainda não percebeu isso, esse é o momento de ter ideia da realidade. 

"O Destino não existe sem uma ironia"

Morpheus diz que Matrix é controle, é um mundo comandado por máquinas, construído para nos manter em controle. Isso se remete muito a nossa sociedade que também nos mantém em controle. Na cena posterior Neo sai da projeção de Matrix e volta para o mundo real, mas, assustado com tudo ele não acredita e desmaia, nesse momento ele age como os outros escravos da caverna, que no Mito, quando homem que conseguiu se libertar volta para contar aos outros prisioneiros suas experiências eles não acreditam. O mito mais uma vez demonstra a incapacidade de acreditar, só acreditamos quando vemos. E por um momento, Neo discre naquilo que viu e ouviu.
Neo acorda e pergunta se não pode voltar, Morpheu diz que não e pergunta: - Mas se você pudesse voltar, voltária? 
Se você que esta lendo isso conhece-se o mundo por de trás deste mundo que alguns julgam ser real, e visse o que é realmente verdade, gostaria de retornar a esse mundo? Não use DEPENDE!
Morpheus comenta que existiu um "homem" que podia criar tudo em Matrix libertou uma população, mostrou a verdade a eles. Acredito que esse homem seja uma ligeira representação de Sócrates, pois Platão inspirou-sem Socrátes que fora seu mestre a fazer o Mito da Caverna. Morpheus complementa dizendo a Neo: "Enquanto Matrix existir ninguém será livre." Traduzo-lhes essa frase da seguinte maneira:

Que enquanto existir um mundo de ilusões
Tu não serás livre para descobrir e redescobrir
O que podemos chamar de verdade,
Pois um escravo não pode conhecer a luz do sol,
Assim como um cego de ilusões não pode ver o brilho da realidade.

(Mayke C. Cardoso)

Neo então começa a treinar sua mente passando seu conhecimento para seu corpo, formando sabedoria em alma. Após o treino, Neo e Morpheus se enfrentam e começa na verdade uma luta mental entre eles. Morpheus fala que aquele mundo tem suas regras físicas assim como no mundo real, mas que algumas podem ser ignoradas e outras Violadas, coisa que também é possível em nosso mundo, a não ser que você caro leitor, seja apenas uma pessoa conformista que vive sobre todas as regras sem critica-las ou contesta-las. Ás vezes quebrar ou violar regras é descobrir a verdade por de trás de uma falsa realidade.
Morpheus diz algumas frases incríveis e muito inteligentes que gostaria de cita-las:

"Sua fraqueza não é sua técnica"

Nos defeitos que se tornam fraquezas não podem se tornar nossas desculpas para não nos vencermos ou ganharmos da vida. Não seja conformista.

"Vencer não tem haver com ser rápido ou forte, não tem haver com os músculos ou o lugar. Pode ser que nem esteja respirando ar. Então despreze a "realidade."

Não use as desculpas vazias da vida como pretextos para não atingir seus objetivos, não si permita ser fraco, despreze o que te faz ser fraco. Não seja coitadista.

"Não pense que é, saiba que é!"

Quando achar que for capaz de fazer o que parece impossível, não pense que capaz de faze-lo saiba que pode faze-lo. Não tenha medo de correr riscos.

"Pare de tentar Acertar e Acerte!"

Reconheça suas falhas, seus erros, seus defeitos para começar a supera-los. Depois deixa de tentar supera-los e os supere de fato. Não tenha medo de reconhecer seus erros.

"Outros podem abrir a porta da sua mente, mas somente você pode cruza-lá"

Alguns podem te ensinar o que pode ser certo ou errado, o que é verdade ou mentira, mas isso não define quem você é. Depende apenas de você ser tornam alguém. Seja dono na sua própria historia.

Na cena seguinte Neo vai com Morpheus para o treinamento de salto. Lá Morpheus tenta soltar ainda mais a mente de Neo dizendo-lhe: Você deve esquecer três coisas, o Temor, Dúvida e descrença. Esqueça essas três coisas e conseguirá saltar com sua mente.
Coisa que é pura verdade. Quando deixamos e superamos nossos medos, acreditamos em algo e em nós, e deixamos de duvidar de nós mesmos somos capazes de fazer o inesperado. Mas assim como aconteceu com Neo, todos podemos cair na primeira vez. Pois se não cairmos, não saberemos o valor de estar em pé e muito menos a grandeza de poder saltar.
Na próxima cena Morpheus mostra população do mundo, diz que "alguns são tão dependentes do sistema que vão lutar para defende-lo" e ainda completa referindo-se aos Agentes falando "Sempre vai haver Agentes que nos aprisionam, Agentes que não são "Gente." Seres que podem fechar as portas." Usarei a teoria de Autonômo e Autômato para descrever melhor as palavras de Morpheu.


Autônomo vem de Autonomia, quer dizer ter um opinião própria, não se deixar suas ideias se levarem pelas ideias de outras pessoas. É não deixar seus pensamentos se esvaírem por causa de outros.
Autômato é seguir uma opinião imposta, não ser dono da sua mente e nem da sua história. É deixar-se levar pela opinião de outros.

As pessoas desconectadas de Matrix tornaram-se Autônomas, agora elas tem seus próprios pensamentos, elas comandam e desmandam em seus pensamentos gerados em suas mentes. Já a Matrix e seus Agentes tornam a população conectada a Matrix em Autômatos, fecham as portas da clareza dos verdadeiros pensamentos, das verdades, da realidade. A influência dessas pessoas é tão grande que influência até mesmo aqueles que estão fora de Matrix. Os Agentes são para nós são as pessoas que estão a frente do Governo. Seres capazes de inibir nosso cérebro de realidades no saturando com mentiras e alucinógenos virtuais, tecnológicos e abusivos nos tornando alienados e eternos escravos.
Mas Morpheus solta uma frase inspiradora: "Esse 'Agentes' podem ser rápidos, fortes e muito inteligentes. Mas todos tem uma base formada por regras, por isso, eles não podem ser tão fortes e tão velozes quando você pode ser."
Morpheus quer nos dizer que sim, os governantes podem ser superiores, ter poderes sobre tudo e todos, mas nós podemos ser tão poderosos quanto eles pensam e acham que são. Então não seja Autômato, mas sim Autônomo na vida, seja dono da sua própria história.

Cenas depois Um dos membros que compõe o grupo de Morpheus se junta aos Agentes para fazer uma armadilha para capturar Morpheus e conseguir ter acesso ao código chave da Zaion, a ultima ilha humana do mundo. Reigan age como um dos escravos do Mito da Caverna. Age como um Autômato. Sabe que tudo não faz parte da realidade, mas aceita e gosta de fazer parte. E ainda diz: " A Ignorância é uma benção."

A verdade é que:

"Quando somos Autômatos e não Autônomos
uma mentira contada cem vezes se torna verdade."
(Augusto Cury)

Cenas depois Neo retorna ao mundo de Matrix para encontrar o Oráculo, que é uma senhora muito gentil, o que é um espanto. Mas antes de entrar na cozinha onde ela se encontrava, ele se depara com crianças especiais, que são capazes de distorcer as realidades de Matrix. Ele fica de frente com um garoto que tem uma aparência Budista que esta entortando uma colher. Neo pega a Colher e tenta dobra-lá. Mas o garoto solta frases que chocam a mente de Neo e a nossa:

"Não tente dobrar a colher, vai ser impossível.
Apenas perceba a verdade: que não há colher.
Não é a colher que se dobra, apenas você."

Irei traduzir as frases do garoto refazendo-as em forma de poesia:

"Não tente desfazer a realidade, apenas perceba que ela não existe
Quando perceber essa verdade
Quem se dobrará não sera o que se diz real
Apenas você mesmo."


Quando Neo encontra o Oráculo ela lhe diz uma frase importantissima sobre o que ser um Escolhido. Diz ser o escolhido é como estar apaixonado, ninguém diz que você esta, mas você sabe. Mas não pode ser o escolhido se esperar por alguma coisa, é preciso fazer escolhas, pois você controla sua própria vida através das suas escolhas.
Esse "Escolhido", pode-se dizer que é ser dono e autor do seu EU, como citei antes. é ter ideia das suas escolhas e vontades conscientes. Ninguém diz que você tem um EU, é você que deve senti-lo. E quando fazemos escolhas em nossas vidas é que temos total ideia dele, já que todas nossas escolhas são tomadas de formas conscientes pelo seu EU. Se não for assim, deveria ser...
Na próxima cena vemos Smith interrogando Morpheus para conseguir informações de Zion. Smith fala sobre a primeira Matrix que tentou reproduzir um mundo onde não havia sofrimento, mas fracassou, pois é somente por meio dos nossos fracassos que podemos definir quem realmente somos. Depois ele explica a Morpheus que os seres humanos não são mamíferos dizendo-lhe: "Seres humanos não são mamíferos, pois os mamíferos tentam estabelecer um equilíbrio com a natureza, mas os seres humanos se multiplicam, vão para um lugar e quando todos os recursos se esgotarem a única maneira de eles sobreviverem é ir para outro lugar. Um comportamento que se assemelha a de outra espécie, que é o "Vírus" e Smith ainda completa: "O ser humano é um vírus, o câncer do planeta, uma praga."
Depois dessas palavras impiedosas de Smith Neo aparece para salvar Morpheus e consegue. Neo e eles tem uma pequena conversa onde Morpheus diz "Existe uma diferença entre conhecer o caminho e trilhar o caminho"Momentos depois Neo tem um combate incrível com Smith e como por milagre ele vence ressuscitando como "Jesus" dando fim ao filme.

A conclusão na qual podemos chegar sobre o primeiro filme de matrix é a seguinte: No mito de Platão existem dois mundos, como o de Matrix, o mundo sensível e o mundo das ideias, onde somente o pensamento humano nos dirige a ele, assim como em Matrix somente a libertação da mente é que pode leva-lo ao mundo real. Julgamos tudo o que vemos real, mas tudo não passa de sombras e ilusões, assim como em Matrix Neo duvidou de tudo o que estava a sua volta e depois percebeu que tudo não se passava de meros sonhos. Então será que viver nas sombras é melhor do que viver na luz? Alguns preferem dentro da caverna, outros tentam desvendar os enigmas de fora. E você onde está agora?
Buscando um pouco da minha teoria sobre "A Escolha" vou discorrer sobre ela melhor no ultimo filme Matrix Revolutions que dá todo o sentido da escolha, mas por enquanto saiba que:

Devemos descobrir o que é realidade
Procurar o que é verdadeiro
E quando descobrir
E você quem vai "Escolher" no que acreditar
Mas saiba que em algo você sempre deve acreditar
Se não o "falso" mundo vai te dominar.

(Mayke C. Cardoso)


Link para Download do filme: http://depositfiles.org/files/5lpuuxu4k
(Audio em Inglês e português)